Eu sou PCD.
Essa frase, por mais que eu mesma a diga e repita, após quase 8 anos de acidente, continua sendo como mexer em uma ferida.
Ferida que por mais sarada que esteja, por mais cascão que já tenha nascido, se tocar, ainda dói. Dói saber que realmente não consigo mais fazer coisas como todo mundo.
Não gosto nem nunca gostei de me colocar em posição de vítima. Quem me conhece sabe que vou até o fim das batalhas que me proponho a lutar.
Assim foi a conclusão do meu curso de Administração, iniciado em 2015.
O acidente fez grande parte da minha caminhada na faculdade. Subir escadas de andador, moletas, uso se órteses, bastão de caminhada, mas sem nunca deixar de dar tudo de mim. Desde as primeiras matérias, começar as matérias de matemática, voltar para a empresa Júnior, apresentar processos de consultoria para clientes. O primeiro estágio, o processo como aprendiz, o trabalho na Startup Lady Driver Salvador; e o TCC.
No tcc, falando sobre pessoas com deficiência nas organizações, lendo, entrando em contato com organizações, mais uma vez, como diariamente, entendo a força da frase eu sou PCD, para mim e para 20% da população brasileira.
Esse dizer, essa realidade, sei que não quer dizer que não conseguirei o que me propor a fazer, sei que não me faz melhor ou pior do que ninguém, sei que apesar dos olhares doerem, dos dizeres machucarem, continuarei tentando difundir este outro olhar pelo mundo, seja pelo meu entorno, seja pelo alcance do meu blog, das minhas redes sociais, de entrevistas de trabalho ou de uma banca de tcc.
Hoje, Terça-feira dia 13/12/2022, apresentei o meu Trabalho de Conclusão de Curso, conseguindo a minha aprovação! Mais uma etapa cumprida e uma imensidão de possibilidades à minha frente.
Obrigada Universidade Federal da Bahia.
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